Vários times do Brasil já voltaram aos treinos, mas especialistas não recomendam a retomada com aglomerações
O retorno dos treinos e dos jogos de futebol está em foco nas últimas semanas. Na Europa e Coreia do Sul, alguns campeonatos já retornaram, mas sem a presença de torcida e todos com um protocolo rigoroso de medidas preventivas para proteger a saúde dos envolvidos contra o novo coronavírus. No Brasil, o processo, apesar de estar em andamento, ainda precisa de ajustes por conta do estágio crescente da pandemia.
“O perigo é liberar tudo ao mesmo tempo com o número de mortes ainda batendo recorde”, adverte a infectologista Cléa Bichara, da Universidade do Estado do Pará.
A retomada do futebol exige protocolos específicos para situações específicas do esporte, como aglomeração em vestiários, banheiros e outras áreas de treinos ou jogos.
“Há muito contato físico e com superfícies comuns. No atual momento da pandemia no Brasil não é recomendável o retorno, por enquanto”, diz Karen Morejon, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Outra questão levantada pelos especialistas é sobre o impacto negativo da COVID-19 à saúde dos atletas, em caso de contágio, a partir do desenvolvimento de sequelas respiratórias, que poderiam comprometer a carreira do profissional.
“Isso pode representar um grande perigo”, completa José David Urbaéz.
Os documentos (‘protocolos’) adotados por alguns clubes brasileiros, alinhados com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), estão sendo definidos também com a participação de especialistas médicos, com o objetivo de aumentar a segurança de todos os envolvidos – atletas, equipe técnica e demais profissionais.