Equipamento portátil, de uso domiciliar, deve ser prescrito por um médico para pacientes com doenças respiratórias específicas
O oxímetro, aparelho que serve para calcular o nível de oxigênio ou saturação sanguínea, tem tido uma alta procura em redes de farmácia e nas buscas da Internet por conta da pandemia da COVID-19. De acordo com especialistas em saúde respiratória, o medidor portátil não é recomendado para uso domiciliar aleatório, e sim para pacientes com doenças específicas e com prescrição médica.
O equipamento é indicado, sempre com o devido acompanhamento médico, para indivíduos com enfisema crônico (que dependem de oxigênio), insuficiência cardíaca grave, asmáticos graves e COVID-19, que precisam verificar a situação das proteínas que levam as moléculas de oxigênio ao tecido sanguíneo (hemoglobinas).
“Devemos usar o oxímetro em pacientes que realmente precisam medir periodicamente a oxigenação, mas não para o uso de qualquer pessoa sem necessidade”, explica o pneumologista José Jardim, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (USP).
A indicação médica para o resultado correto também é imprescindível. “Temos vários aparelhos disponíveis e existem parâmetros para sua devida utilização”, complementa Jardim.
Em abril deste ano, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) se pronunciou e esclareceu alguns pontos importantes sobre o manejo do equipamento em meio ao coronavírus: “A SBPT não recomenda o uso irrestrito de oxímetro domiciliar para monitorização da saturação de oxigênio durante a pandemia de covid-19. Como não há estudos científicos sobre a referida monitorização em pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19, sugerimos que a decisão sobre usar ou não usar monitoração por oximetria domiciliar fique a cargo do médico que assiste o doente. Não existe indicação do uso de oxímetro domiciliar em indivíduos sem doenças pulmonares crônicas ou como método de diagnóstico precoce da covid-19”, informa o comunicado.