Maranhão e o Pará foram os primeiros estados a adotar a medida mais severa de distanciamento social
O crescimento acelerado dos casos de coronavírus no Brasil alerta para um cenário que está cada vez mais próximo de se tornar realidade em algumas regiões do País: o lockdown. Maranhão e Pará já aderiram ao formato, considerado o mais restritivo quando se fala em isolamento social. Com a decisão, os governos dos dois estados podem controlar o tráfego de todas as entradas e saídas das vias e regiões bloqueadas, permitindo apenas a circulação de trabalhadores dos serviços essenciais.
Muito se discute sobre a adoção de lockdown em estados com baixa adesão ao isolamento social, como São Paulo (SP). O Por Dentro do Coronavírus conversou com alguns especialistas da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) sobre o impacto da implementação na vida das pessoas.
“O objetivo é suprimir o contato entre as pessoas. Dessa forma, reduzimos ao mínimo a chance de que uma pessoa infectada passe o vírus a uma suscetível, e com isso a queda no número de casos é real”, explica José David Urbaéz, infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O médico ainda usa o exemplo de São Luís (MA), que registra 5.028 casos confirmados e 291 óbitos em decorrência do novo vírus. Na capital maranhense, a medida foi decretada com o intuito de diminuir o número de novos casos enquanto os leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estiverem operando com a capacidade máxima. “O que se procura é conseguir que o número de casos caia de forma importante e assim se contrapor ao colapso da rede de saúde, sobretudo à falta de leitos de UTI, indispensáveis para os casos graves”, afirma Urbaéz.