O projeto EPISaúde reúne conteúdos digitais para o manejo de equipamentos de proteção individual
Os profissionais de saúde estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus, auxiliando milhares de pacientes, diariamente, durante a pandemia de COVID-19. No entanto, eles também podem ser infectados pelo novo vírus, em decorrência do uso incorreto dos chamados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Com o objetivo de ajudar esse grupo de trabalhadores, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram uma plataforma com orientações sobre o manejo correto desses materiais.
Ana Marcia Guimarães, coordenadora do Departamento de Microbiologia do ICB e uma das criadoras da plataforma, explica que mundialmente, um dos maiores riscos de infecções, por parte dos profissionais de saúdes, está na retirada desses equipamentos.
“Neste momento é natural que os profissionais estejam cansados, dada a rotina de trabalho, e tenham mais dificuldade de manter a atenção devida. Por isso, o treinamento adequado e periódico para o uso, manutenção e descarte correto dos EPIs é primordial”, explica Ana Marcia.
Para facilitar o acesso e a interação com os materiais disponíveis na plataforma, o EPISaúde possui uma página dedicada para cada instrumento como as máscaras, aventais, luvas, óculos de proteção etc.
“Cada item inclui um texto objetivo sobre como utilizar o equipamento, seguido de vídeos ou ilustrações que mostra como colocá-lo e retirá-lo. Além disso, o site tem informações sobre a paramentação e retirada de vestimentas completas de proteção”, destaca Tatiana Ometto, pesquisadora e também responsável pelo projeto.
De acordo com o protocolo da plataforma, o compartilhamento das EPIs, que deveriam ser de uso individual, é um dos erros mais graves. A colocação e o uso inadequado de máscaras, como a máscara N95, também são falhas detectadas. Outra situação importante envolve o posicionamento errado de elásticos e o uso de barba e maquiagem durante o período em que ela está fixada no rosto, além da manipulação frequente da máscara, que prejudicam a vedação e aumentam as chances de infecções.
O manejo das luvas de procedimento, incluindo a retirada inadequada e o manuseio de objetos pessoais, como o telefone celular, também são situações que podem gerar o contágio por COVID-19. A ferramenta também permite que os usuários compartilhem experiências e tirem dúvidas, contribuindo com sugestões para o aperfeiçoamento do serviço. “Com isso, esperamos obter dados em relação ao uso de EPIs pelos profissionais de saúde e assistência em diferentes regiões do Brasil”, finaliza Ana Marcia.